terça-feira, 25 de setembro de 2012

Revista Pesquisa Fapesp: “Muito além das patentes”



Nos últimos seis anos, a Universidade Harvard (EUA) conseguiu melhorar seus indicadores relacionados à transferência de tecnologia.
O número de invention disclosures, documentos com a descrição de resultados de pesquisas para avaliar a possibilidade de sua proteção por meio de direitos de propriedade intelectual, aumentou de 180, no ano de 2006, para 351, em 2011.
No mesmo período, o número de patentes obtidas no escritório de marcas e patentes dos EUA subiu de 35 para 60, enquanto o de tecnologias licenciadas cresceu de 11 para 45.
O combustível dessa mudança foi uma reforma na estrutura e nas práticas do Escritório de Desenvolvimento Tecnológico (OTD) de Harvard, voltada para multiplicar a cooperação entre a universidade e o setor privado.
Não por acaso, subiu de 12 para 75 o número de acordos entre Harvard e empresas envolvendo a chamada pesquisa patrocinada, modalidade em que companhias financiam o trabalho realizado em um laboratório da universidade muitas vezes em troca de privilégio no licenciamento de descobertas resultantes.
O montante investido chegou a US$ 37,2 milhões em 2011, quatro vezes mais do que o total de 2006. Entre as empresas que celebraram parcerias estratégicas recentes com Harvard destaca-se, por exemplo, a Novartis, para desenvolver fármacos a partir de células-tronco junto com Lee Rubin, do Instituto de Células-Tronco de Harvard.
O movimento feito por Harvard é um fenômeno que se esboça nos escritórios de transferência de tecnologia de universidades.
Além das tarefas rotineiras, que consistem em identificar descobertas com potencial econômico e protegê-las por meio de patentes, esses escritórios abraçam várias outras atividades, como fomentar colaborações de pesquisa de longo prazo entre empresas e laboratórios, auxiliar na criação de empresas baseadas em tecnologias nascentes, arregimentar investidores privados para financiá-las, oferecer a consultoria de pesquisadores para a indústria e estimular o empreendedorismo já entre os estudantes de graduação.
Fabrício Marques/Revista Pesquisa Fapesp.
No boletim ViaInTC – Agosto de 2012

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