segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Maior oferta de emprego formal turbina renda

A queda na desigualdade é espetacular, com uma intensidade comparável
à do crescimento da concentração da renda na década de 1960. O Brasil descobriu
nesse movimento uma espécie de poço de petróleo que, bem explorado, está
ajudando a tirar milhões da miséria.
Marcelo Neri (pesquisador da FGV)
A principal razão levantada por Marcelo Neri, da FGV, para explicar o crescimento da classe média é a oferta de empregos no setor formal, que vem batendo recordes neste ano.

Ele destaca como positivo o fato de os indicadores de geração de emprego, aumento da renda e queda da desigualdade terem continuado com tendências positivas nos últimos dois anos, período em que o mundo atravessa crises como a inflação alimentar e o desaquecimento da economia americana.

"É surpreendente que esse movimento da economia brasileira continue mesmo num contexto internacional desfavorável. Antes, o mundo ia bem e no Brasil só se falava em crise. Parece que está ocorrendo o contrário.

"Para Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, a geração de empregos continuará crescendo. "Entre todas as variáveis econômicas, a geração de emprego é a última a responder ao crescimento. Primeiro a empresa aumenta sua produção usando a capacidade instalada e depois pensa em aumentar o emprego. Esse ciclo positivo tende a dar uma leve desacelerada somente em 2010", diz Vale.

Para Neri, o crescimento da classe média é visível também por outros indicadores. "A venda de carros cresce bastante, e é por isso que o trânsito cada vez mais congestionado de São Paulo é reflexo do aumento da classe média. O consumo de celulares e computadores também é outro indicador de que essa população aumenta."

São Paulo, 6 de agosto de 2008. Folha de S. Paulo

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