segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Bird apóia projeto no Alto Solimões

Agência Brasil (Manaus)

O governo do Amazonas e o Banco Mundial ( Bird) firmaram um acordo de financiamento para garantir a realização do projeto de desenvolvimento da região do Alto Solimões. Os recursos totalizam US$ 35 milhões e serão aplicados nos próximos quatro anos em obras de saneamento, desenvolvimento sustentável e saúde nos nove municípios da região. Juntas, essas cidades ocupam 213 mil quilômetros quadrados, com uma população próxima de 230 mil habitantes, que vivem nas áreas urbana e rural e em quase 150 aldeias indígenas.

O acordo, firmado na última terça-feira em Tabatinga, é resultado de quatro anos de negociações, consultas e estudos de órgãos dos governos federal e do Amazonas, da sociedade civil e do Bird. A idéia de investir no Alto Solimões surgiu em 2002, quando uma pesquisa do governo amazonense identificou a área como a região com os mais elevados índices de pobreza e de vulnerabilidade a doenças, além de concentrar o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Amazonas.

Apesar desses fatores, a região é rica em recursos naturais, abriga grandes áreas de floresta preservada e vasta diversidade de peixes. O Alto Solimões é considerado estratégico pelo governo federal por estar localizado na tríplice fronteira entre o Brasil, a Colômbia e o Peru.

Contrabando de peixes

Segundo o secretário de Produção Rural do Amazonas, Eron Bezerra, o desenvolvimento da região permitirá, por exemplo, o fim do comércio ilegal de peixes com a Colômbia. O secretário antecipa que uma das medidas para desenvolver a região será a implantação de um sistema pesqueiro que organize a atividade no local. De acordo com ele, porém, não é possível saber a quantidade exata de peixe contrabandeado.

"É difícil precisar isso. Ainda assim, pelo que estamos observando, das 130 toneladas de peixe pescadas por mês, cerca de 100 (toneladas) são contrabandeadas." Um engenheiro da Secretaria de Produção Rural (Sepror) já está em Tabatinga para identificar os problemas relacionados à atividade pesqueira e para treinar os profissionais que irão atuar na região. Na região o contrabando de peixes para a Colômbia é aberto.

Quinta-feira, 14 de agosto de 2008, Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 6

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