sexta-feira, 2 de março de 2012

Revista científica publica artigo sobre pesquisa realizada na Amazônia

Para compreender os processos biogeoquímicos da floresta amazônica e aumentar o conhecimento sobre as relações entre o uso da terra e o clima da região, deu-se início, há 20 anos, ao Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

O LBA, sob a coordenação cientifica do Inpa ,é uma das maiores experiências científicas do mundo na área ambiental: soma 156 projetos de pesquisa (100 deles já finalizados), desenvolvidos por 281 instituições nacionais e estrangeiras.

A publicação dos resultados de pesquisa faz parte da história de sucesso do LBA.

O programa teve importante papel na formação de recursos humanos formando mais de 500 mestres e doutores brasileiros. Mais de 150 pesquisas da chamada "ciência de ponta", em parcerias com cerca de 280 instituições nacionais e estrangeiras, realizadas por 1.400 cientistas brasileiros e outros 900 pesquisadores de países amazônicos, de 8 nações européias e de instituições americanas, visaram estudar e entender as mudanças climáticas e ambientais em curso, para favorecer um processo de desenvolvimento sustentável na Amazônia.

Como resultado, foram escritos mais de 1.000 artigos em periódicos especializados, além de um grande número de livros e capítulos de livros e de mais de 200 artigos em edições especiais dedicadas ao LBA. Diversos vídeos educativos, cartilhas e outros materiais de divulgação também foram produzidos.

Nature

A revista científica Nature publicou, no final do mês passado, um artigo de revisão que sintetiza os resultados da pesquisa. Segundo a publicação, o LBA concluiu que a floresta amazônica tem uma alta capacidade de resiliência (superar uma situação crítica e retornar ao seu estado natural de excelência), mas há limites para isso.

“Os estudos do LBA mostraram essa capacidade em relação às secas anuais moderadas. Mas também apresentam que as interações entre o desmatamento, as queimadas e as secas podem levar a perdas de estoques de carbono e a mudanças nos padrões regionais de precipitação e de vazão dos rios”, explica Paulo Artaxo, do Departamento de Física Aplicada do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), um dos coordenadores do experimento e coautor do artigo. A publicação também destaca que a expansão agrícola e a variabilidade climática se tornaram importantes agentes de perturbação na bacia amazônica.

O artigo da Nature pode ser acessado neste endereço: http://www.nature.com/nature/journal/v481/n7381/full/nature10717.html

(Com informações da Agência Fapesp e do Gestão C&T)

Boletim InTC / Fevereiro de 2012

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